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Famílias do Semiárido sergipano ganham reforço contra a seca com construção de mais de 1,3 mil cisternas

Programa do Governo Federal, em parceria com o Estado, vai levar água para 6,4 mil pessoas; agricultores também serão beneficiados com compra de alimentos

Enquanto o sol castiga a terra rachada do Semiárido, moradores de cidades como Gararu e Canhoba, em Sergipe, seguem enfrentando uma rotina dura: acordar antes do amanhecer e caminhar quilômetros em busca de um balde d’água. Essa realidade, no entanto, está prestes a mudar para mais de 6,4 mil pessoas.

Nesta quarta-feira (30), o governo de Sergipe abriu as inscrições para o Programa Cisternas, que vai construir 1,309 reservatórios de água em propriedades rurais de famílias vulneráveis. Cada cisterna terá capacidade para 16 mil litros – suficiente para abastecer uma casa durante meses de estiagem.

“Água é vida, e estamos devolvendo a dignidade”, diz secretária

“Quem nunca viu de perto não imagina o que é ver uma criança deixar de ir à escola porque precisa ajudar a buscar água”, afirma Érica Mitidieri, secretária de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic). Ela lembra que, além do consumo humano, a água será usada para plantio e criação de animais, ajudando a segurar as famílias no campo.

Os recursos, de R$ 9 milhões, vêm do Governo Federal, e as obras devem começar em até dois meses após a seleção das entidades responsáveis. As inscrições vão até 13 de junho.

Agricultores comemoram: “Vai aliviar nosso sofrimento”

Na zona rural de Canhoba, município onde a seca é constante, o prefeito Chrystophe Divino (UB) não esconde a expectativa:

“Tem família aqui que depende de carro-pipa, e quando atrasa, é desespero. Essas cisternas vão trazer alívio imenso”, diz.

Já em Gararu, cidade que receberá o maior número de reservatórios (200), a prefeita Zete de Janjão (PSD) conta que moradores a procuraram emocionados após o anúncio.

“Uma senhora me ligou chorando, dizendo que não ia mais precisar mandar o neto buscar água no rio. Isso não tem preço”, relata.

Comida na mesa e renda no bolso: PAA também avança

Além das cisternas, outra boa notícia veio com a assinatura do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que vai injetar R$ 3,8 milhões na compra de produtos da agricultura familiar.

Os alimentos serão distribuídos para creches, asilos e famílias carentes, garantindo dois benefícios:
Renda para pequenos produtores
Comida de qualidade para quem mais precisa

Como vai funcionar?

Quem pode receber cisternas? Famílias rurais em situação de vulnerabilidade social
Prazo para entidades se inscreverem: Até 13 de junho
Onde encontrar o edital: Site da Seasic

Para Maria José Santos, da Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA), a iniciativa é mais do que um investimento:

“É sobre soberania. Quem tem água guardada não fica refém de político que promete carro-pipa em ano de eleição”, dispara.

Enquanto as cisternas não ficam prontas, famílias como as de Dona Severina, 62 anos, de Gararu, seguem na torcida:

“Já perdi muita plantação por falta de água. Agora, vou poder criar minhas galinhas e plantar coentro pra vender. Vai mudar tudo.”

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