Denúncias de irregularidades financeiras e administrativas motivam a abertura do processo no Club Sportivo Sergipe
O Conselho Deliberativo do Club Sportivo Sergipe deu início, na última terça-feira (6), a um processo de impeachment contra o presidente Júnior Torres. A decisão foi tomada em reunião extraordinária, após a apresentação de graves denúncias sobre a gestão do clube. As suspeitas serão analisadas pelo Conselho Fiscal, e uma comissão foi formada para conduzir o procedimento.
Suposta irregularidade na renda de jogo
Uma das acusações mais preocupantes envolve a renda da partida entre Itabaiana e Sergipe, válida pela segunda fase do Campeonato Sergipano 2025. Segundo conselheiros, o valor arrecadado — superior a R$ 16,5 mil — teria sido transferido para a conta de uma empresa vinculada a uma pessoa próxima ao presidente, em vez de ser destinado aos cofres do clube.
Bilhete de passagem e ausência em reunião
Outra denúncia aponta que Júnior Torres apresentou um bilhete de passagem supostamente falso para justificar sua ausência em uma reunião oficial do Conselho. Após verificação com a empresa responsável pela venda, conselheiros afirmam que a passagem havia sido cancelada e reembolsada, o que levantou suspeitas sobre a veracidade da justificativa.
Venda de atletas sem contrato formal
O Conselho Deliberativo também questiona a ausência de contrato em transações envolvendo jogadores da base do Sergipe. Uma das operações investigadas é a venda de um atleta para um clube europeu por cerca de R$ 140 mil. Embora o valor tenha sido depositado na conta do Sergipe, não há registro contratual formal.
Além disso, outro jogador das categorias de base teria sido negociado recentemente com o Náutico, sem conhecimento prévio do Conselho.
“Essas supostas irregularidades acarretaram no pedido de impeachment do atual gestor do Sergipe”, afirmou o conselheiro Wilson Nunes, integrante da comissão responsável pelo processo.
Comissão de impeachment e prazo de defesa
O processo será conduzido por uma comissão especial, composta pelos conselheiros Wilson Nunes e Dr. Luiz de Pádua. O presidente Júnior Torres foi convidado a indicar um terceiro membro, mas não se manifestou.
“Foi dado o prazo de cinco dias para que ele apresente a sua defesa. Caso não apresente os documentos solicitados, será formada uma nova comissão que assumirá a gestão do clube, e o atual presidente será oficialmente destituído do cargo de presidente”, explicou o conselheiro.